Reformar imóvel após a comprar é uma tendência tanto entre investidores quanto em pessoas que buscam pela casa dos sonhos
As reformas, para fins estéticos ou estruturais, já fazem parte da rotina de muitos brasileiros. Pesquisa fruto da parceria entre a Casa do Construtor e a AGP Pesquisas mostra que, em 2024, 63% dos entrevistados reformaram a residência. Outro estudo, conduzido pela Obramax, aponta que 73,4% dos brasileiros compram materiais de construção para reformar.
Enquanto alguns reformam a casa em que vivem há anos, outros estão reformando o imóvel que acabaram de comprar. Esta é, inclusive, uma tendência que vem ganhando força no mercado imobiliário, entre investidores e pessoas em busca da casa dos sonhos, como revela o levantamento realizado pela startup Archademy.
De acordo com o estudo, o house flipping, termo que diz respeito à estratégia de comprar imóveis para reformar e revender, é uma tendência no setor imobiliário do Brasil, onde foi observado aumento de 68% na busca por renovação de imóveis.
Mas para a estratégia valer a pena, é importante considerar alguns aspectos. Os imóveis que serão reformados devem ser adquiridos por valores mais acessíveis para que os custos com a obra não excedam o orçamento.
Uma possibilidade é procurar propriedades em uma plataforma de leilão de imóveis, nas quais é possível encontrar valores mais baixos em comparação ao mercado tradicional. Segundo a JusBrasil, os imóveis leiloados têm um preço médio entre 40% e 60% mais barato. Em alguns casos, a economia pode chegar a 90%.
36% dos brasileiros realizam pequenas reformas
O termo house flipping é usado para denominar a estratégia de aquisição de uma propriedade para reformar e, posteriormente, usá-la como um investimento, mas a ideia também pode ser adotada por quem busca pela casa própria.
Em ambas as finalidades da reforma nos imóveis recém-comprados, o foco das pessoas é conseguir diminuir os custos da compra de uma propriedade nova. As casas e os apartamentos escolhidos costumam ser antigos e necessitam de reparos.
Segundo a pesquisa da Obramax, reformas longas não são as favoritas dos brasileiros. O estudo aponta que 36% investem em pequenas reformas, 16% focam em obras que envolvem apenas a repaginação do cômodo, enquanto apenas 9% dos respondentes fazem uma reforma completa ou demolição do imóvel.
Os percentuais podem estar relacionados com os custos para reforma, já que reparos pequenos e mudanças simples tendem a ser mais baratos, além de concluídos mais rapidamente.
Como fazer a estratégia valer a pena
Quando comparados com uma propriedade vendida na planta ou nova, os valores dos imóveis que exigem reformas costumam ser mais atrativos. Em entrevista à imprensa, o engenheiro Luiz Fernando Cordeiro explica que o imóvel antigo nunca reformado sofre depreciação, por isso, os interessados em adotar esse tipo de estratégia conseguem encontrar unidades com um valor de compra bom.
Mas para garantir que a compra valha a pena, é importante ter atenção a alguns detalhes. O local onde o imóvel será comprado é o primeiro aspecto a ser considerado, pois pode ajudar a reduzir ainda mais o valor da compra.
Para encontrar imóveis que estão sendo leiloados por região, é possível fazer uma busca direcionada na internet. A pesquisa pode ser por termos considerando o estado, como “Leilão de imóveis em Pernambuco” , “Imóveis para leilão no Rio de Janeiro” ou cidades “Leilão de imóveis em Olinda”, “Imóveis para leilão em Niterói”.
Ainda no processo da pesquisa, é importante ter atenção aos editais dos leilões. Os documentos trazem todas as informações sobre a propriedade, incluindo a necessidade de reformas estruturais ou não.
Em alguns casos, é possível visitar a propriedade antes de realizar a compra, assim, o interessado pode verificar todos os detalhes e comprovar se o investimento valerá a pena.
Além desses aspectos, também é importante ter atenção a outras questões. Segundo a Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima), todo tipo de investimento implica em riscos e é preciso estar ciente disso.
Nesse tipo de estratégia, na falta de um bom planejamento, o investidor pode acabar sofrendo com reformas excedentes, atrasos em obras, gastos excessivos na contratação de serviço para reforma e oscilações econômicas.