Quando o organismo dá sinais de queda de vitaminas ou nutrientes, é possível pensar na suplementação como uma alternativa para sanar o problema. No entanto, muitas dúvidas podem surgir. A definição de qual suplemento usar, a dosagem adequada e a faixa etária correta para iniciar o processo estão entre as mais comuns.
O uso de suplementos pode ser feito em qualquer idade, mas a orientação é buscar a avaliação de um médico ou nutricionista para receber as instruções adequadas. De acordo com informações das autoridades de saúde, uma alimentação balanceada costuma ser suficiente para suprir as necessidades nutricionais de crianças, adolescentes e adultos.
Em casos de deficiência de determinada substância na dieta ou presença de uma condição de saúde que impeça a ingestão ou a absorção correta de algum nutriente, os suplementos podem ser uma possibilidade.
Segundo o chefe do Serviço de Adolescentes do Instituto de Puericultura e Pediatria Martagão Gesteira da Universidade Federal do Rio de Janeiro (IPPMG/UFRJ), Ricardo do Rêgo Barros, crianças e adolescentes precisam de uma alimentação adequada para manter a saúde e melhorar o desempenho em atividades físicas.
No artigo “Adolescentes, esportes e suplementos: o que é verdade?”, publicado na Revista Residência Pediátrica, Barros informa que a rotina alimentar dos jovens deve contar com nutrientes que desempenham três funções principais. A primeira delas é fornecer energia para o metabolismo por meio de carboidratos e gorduras.
Além disso, é necessário promover o crescimento e o desenvolvimento a partir da construção e da recuperação do tecido corporal. As proteínas são as principais fontes indicadas para isso, graças ao seu papel construtor de músculos, enzimas e outros tecidos. Minerais, como cálcio e fósforo, também são recomendados para a formação de uma estrutura esquelética saudável.
A terceira função dos nutrientes para que os jovens mantenham a saúde em dia é regular o metabolismo corporal. Vitaminas, sais minerais e proteínas são as fontes indicadas, pois trabalham juntas para manter diferentes processos fisiológicos do corpo humano.
Suplementação de proteína pode ser para todas as idades
Barros apresentou um levantamento sobre os suplementos mais populares entre jovens e adultos que querem ganhar massa muscular. Na lista estão o whey protein – suplemento proteico –, a maltodextrina e a creatina.
Segundo ele, a suplementação de proteínas é procurada para aumentar a massa muscular em adolescentes que se exercitam a partir de programas de força. Esse tipo de suplemento é feito do soro do leite e pode ser encontrado na forma de pó, líquido, barras ou cápsulas.
Segundo a especialista em Endocrinologia e membro da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM), Paula Pires, a necessidade de usar pó de proteína na alimentação infantil varia de acordo com cada caso.
Em entrevista à imprensa, ela explicou que é mais indicado incorporar alimentos proteicos na própria dieta, antes de suplementar. No entanto, há situações em que pode fazer sentido fornecer o suplemento de proteína. Alguns exemplos incluem crianças e adolescentes com condições médicas específicas, como baixo peso, condição metabólica ou que seguem uma dieta vegana ou vegetariana.
A maltodextrina é um tipo de carboidrato, também indicado para melhorar o desempenho físico. Embora seja um suplemento mais comum na dieta de jovens e adultos que praticam exercícios de alta resistência, também pode ser encontrado em compostos lácteos destinados ao público infantil.
Já a creatina funciona como fonte de energia para as células musculares. De acordo com o estudo Creatine Supplementation in Children and Adolescents, o suplemento também pode ser indicado para crianças e adolescentes.
Benefícios da creatina e do ômega 3 para a saúde
A creatina pode ser usada por adultos que desejam melhorar o desempenho em exercícios curtos e de alta intensidade, como levantamento de peso, corridas curtas e saltos explosivos, segundo a Sociedade Brasileira de Medicina do Exercício e do Esporte (SBMEE).
Para escolher a melhor creatina, ou seja, aquela que melhor atende às necessidades de cada pessoa, é importante considerar a pureza do produto, a forma de administração, como cápsula ou pó, a dose recomendada e a reputação da marca. Além disso, é importante consultar um profissional de saúde ou nutricionista para orientações específicas.
Conhecer os tipos de ômega 3 também pode ser uma opção para manter a saúde em dia. De acordo com o Instituto de Pesquisa e Ensino em Saúde Infantil (Pensi), o DHA (ácido docosa-hexaenoico), por exemplo, é um tipo de ômega 3 não produzido pelo organismo, sendo necessário adquiri-lo pela alimentação ou pela suplementação.
O DHA é importante para o desenvolvimento neurológico e visual. Pesquisas têm mostrado a relação da substância com a prevenção de doenças crônicas não transmissíveis, já que ela tem ação antioxidante e anti-inflamatória. Segundo o Instituto, a ingestão desse tipo de ômega 3 é essencial em todas as fases da vida.
Como 15% do cérebro do bebê é composto de DHA e, até os 3 anos, quase 70% do cérebro da criança é formado, a ingestão também se faz necessária durante a gestação, o período de amamentação e a infância, até os 6 anos.
Idosos também podem se beneficiar dos suplementos
Os idosos podem consumir o ômega 3 e outros suplementos alimentares para complementar o tratamento de condições específicas, como a osteoporose. A indicação das dosagens e como tomá-las também devem ser feitas por profissionais de saúde.
Segundo o Ministério da Saúde, 10 milhões de brasileiros convivem com a osteoporose, responsável por 200 mil mortes, por ano, no país. Há estudos que relacionam o uso do suplemento à melhora dos sintomas da doença, que resulta na degeneração da cartilagem nas articulações. As propriedades anti-inflamatórias do ômega 3 ajudam no tratamento da condição.