A “digitalização” de ativos reais tem potencial revolucionário.

O mundo das criptomoedas é cheio de teses e cada uma delas marca um determinado ciclo. Só que muitas dessas teses acabam se expandindo para o mundo real e causando verdadeiras revoluções. E a tese que mais promete causar mudanças neste ciclo é a tese dos Real World Asset Tokens, ou RWA.

Esses RWA são tokens que representam ativos que existem apenas no mundo real, como imóveis, obras de arte, barras de ouro, entre outros. Várias redes de tokens RWA, como a Realio Network, permitem que as empresas possam criar e “digitalizar” ativos, facilitando a negociação de muitos bens físicos.

Por que esse conceito se tornou tão relevante? Os RWA ganharam tanto destaque que até gigantes do mercado financeiro, como a gestora BlackRock, passaram a apostar nessa nova revolução. Os RWA podem trazer liquidez, flexibilidade e muitas outras vantagens, e por isso são o tema principal deste artigo.

Acabando com limites físicos

Hoje em dia, um dos maiores mercados que existe é o real estate, ou mercado imobiliário, que movimenta cifras impressionantes. De acordo com pesquisas, o valor global de todos os imóveis do planeta ultrapassa os US$ 340 trilhões.

Os imóveis são de longe a maior e mais negociada classe de ativos do planeta, mas eles possuem limitações, dentre elas o espaço físico. Você não pode comprar uma fração de um imóvel ou vender uma fração do seu imóvel, pois ele tem uma estrutura física única. 

Por isso, quem deseja comprar um imóvel precisa investir uma grande soma de dinheiro, o que reduz a liquidez desses ativos. Mas a tokenização surge exatamente para reduzir esse problema e dar mais liquidez a ativos que possuem essa limitação. 

Do mundo real para a blockchain

Os RWA são um tipo de token que transforma qualquer produto ou serviço que existe no mundo físico para uma versão digital criptografada na blockchain. Se você tem um imóvel ou uma empresa, pode criar “tokens” que representam partes deles e negociá-los de forma digital.

Além disso, os tokens RWA também podem representar os direitos de propriedade de um ativo. Ou seja, se você tem um RWA que representa parte de um imóvel, isso lhe confere os direitos de propriedade em cima daquele imóvel.

Para fazer essa tokenização, basta dividir o bem físico em cotas ou quantidade de tokens a partir de um contrato inteligente que representa o bem. Nesse sentido, você pode tokenizar sua empresa, por exemplo, criando 1 milhão de tokens que valem R$ 1,00. Com isso, você avaliou sua empresa em R$ 1 milhão e a dividiu em tokens que podem ser adquiridos por potenciais investidores. 

Facilitando negociações

Além de fracionado, você também pode transformar seu ativo do mundo real em uma versão única e completa. Se você for um pintor, pode criar um token que representa uma versão única de cada peça de uma coleção de arte e vendê-las na blockchain. 

Por estarem na blockchain, é possível mover, gravar novas informações ou armazenar o token. Além disso, você também pode vender seus ativos tokenizados para pessoas de qualquer lugar do mundo, aumentando não apenas a liquidez, mas o público-alvo dos seus negócios.

Essa facilidade colocou os RWA como ativos potencialmente úteis na criação de bolsas de valores integradas. Ao invés de comprar uma ação da Vale na B3, um investidor estrangeiro pode adquirir um token dessa ação e negociá-lo via blockchain em qualquer lugar do mundo, sem ficar restrito ao mercado brasileiro.

Tipos de tokens

Existem diversas categorias de tokens conforme a finalidade do ativo. Assim, um token pode ser de: valor mobiliário (security token), utilidade (utility tokens), tokens não fungíveis (NFTs) e tokens de commodities.

Os tokens de valor mobiliário representam ativos financeiros, como cotas de fundos ou ações de empresas. Entre os mais famosos estão as “ações tokenizadas”, tokens que levam para a blockchain as ações de grandes empresas, permitindo sua negociação 24 horas por dia, além de possibilitar a custódia própria.

Já os tokens de utilidade são aqueles que representam algum tipo de benefício dado a quem os possui. Eles funcionam de modo similar aos programas de milhas e permitem resgate de brindes e serviços. Os maiores exemplos são os fan tokens, emitidos por times de futebol ou basquete e que concedem descontos e benefícios aos seus detentores.

Por fim, os NFTs são os mais famosos tokens dessa lista e costumam representar itens únicos e exclusivos de coleções. Embora geralmente façam parte de uma coleção, cada NFT tem características únicas, sendo que alguns têm propriedades que fazem deles itens raros de coleção.

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