O câncer de ovário é um dos tipos de câncer ginecológico mais silenciosos e difíceis de detectar em seus estágios iniciais. Isso porque seus sintomas muitas vezes são sutis, podem se assemelhar a problemas de saúde comuns ou até passarem despercebidos até que a doença esteja em estágio avançado. Entretanto, conhecer os sinais e compreender os fatores de risco é essencial para detecção precoce e aumento das chances de sucesso no tratamento.

O que é o câncer de ovário?

O câncer de ovário é uma neoplasia que se desenvolve nos ovários, órgãos responsáveis pela produção de hormônios sexuais femininos e pela liberação de óvulos. Existem vários tipos de câncer de ovário, sendo o mais comum o carcinoma epitelial, que se origina nas células que revestem a superfície do ovário. Outros tipos menos frequentes incluem o câncer de células germinativas e o câncer de estroma.

O câncer de ovário é conhecido como uma “doença silenciosa”, pois, ao contrário de outras formas de câncer ginecológico, ele costuma apresentar sintomas apenas quando a doença já está em um estágio mais avançado. Isso dificulta o diagnóstico precoce e, muitas vezes, resulta em um prognóstico mais desafiador.

Fatores de risco

Assim como em outras doenças, o câncer de ovário pode ter seus riscos aumentados por certos fatores. Alguns deles são:

  1. Idade avançada: O câncer de ovário afeta principalmente mulheres após a menopausa, com a maioria dos casos sendo diagnosticados em mulheres com mais de 50 anos.
  2. Histórico familiar: Mulheres que possuem um histórico familiar de câncer de ovário, câncer de mama ou câncer colorretal têm maior risco de desenvolver a doença. Isso pode estar relacionado a mutações genéticas hereditárias, como as do gene BRCA1 e BRCA2.
  3. Terapia de reposição hormonal: O uso prolongado de terapia hormonal após a menopausa pode aumentar o risco de câncer de ovário.
  4. Endometriose: Mulheres com endometriose, uma condição em que o tecido semelhante ao endométrio cresce fora do útero, têm um risco elevado de desenvolver a doença.
  5. Histórico reprodutivo: Mulheres que nunca engravidaram ou que tiveram dificuldade para engravidar também podem apresentar maior risco.

Sintomas iniciais

Os sintomas do câncer de ovário geralmente são vagos e inespecíficos, o que torna difícil a identificação precoce da doença. Eles podem ser confundidos com problemas gastrointestinais, distúrbios urinários ou até sintomas relacionados ao ciclo menstrual. No entanto, é importante estar atenta a sinais persistentes, especialmente se ocorrerem diariamente por várias semanas.

Alguns dos primeiros sintomas podem incluir:

  • Inchaço abdominal: Sensação de inchaço constante, especialmente se ocorrer de forma repentina ou sem uma causa aparente.
  • Dor pélvica ou abdominal: Dor na parte inferior do abdômen ou na região pélvica, que pode variar em intensidade e persistência.
  • Dificuldade em comer ou sensação de saciedade rápida: As mulheres podem sentir que não conseguem comer uma refeição completa ou se sentem satisfeitas logo após começar a comer.
  • Urgência urinária: Necessidade frequente e urgente de urinar, sem um aumento correspondente no consumo de líquidos.

Esses sintomas, quando presentes de forma persistente e diária, podem indicar a necessidade de uma avaliação médica mais detalhada.

Sintomas avançados

À medida que o câncer de ovário progride, os sintomas podem se tornar mais evidentes e graves. Entre os sinais que podem aparecer em estágios mais avançados da doença estão:

  • Perda de peso inexplicada: A perda de peso pode ocorrer mesmo sem mudanças significativas na dieta ou no nível de atividade física.
  • Fadiga extrema: A fadiga pode se tornar debilitante, interferindo nas atividades diárias e causando grande impacto na qualidade de vida.
  • Dor nas costas: Dor que surge sem causa aparente e persiste por longos períodos.
  • Alterações no trânsito intestinal: O câncer de ovário pode causar constipação crônica ou, em alguns casos, diarreia.
  • Sangramento vaginal anormal: Embora menos comum, o sangramento vaginal fora do ciclo menstrual, especialmente após a menopausa, pode ser um sintoma.

É importante lembrar que os sintomas de câncer no ovário podem ser confundidos com várias outras condições menos graves. No entanto, a presença persistente de qualquer um dos sinais acima justifica a realização de exames médicos.

Diagnóstico e tratamento

O diagnóstico precoce é fundamental, mas devido à natureza silenciosa da doença, o câncer de ovário é muitas vezes detectado em estágios avançados. O processo de diagnóstico geralmente inclui:

  • Exame pélvico: Um dos primeiros passos é um exame físico da região pélvica para verificar alterações nos ovários e útero.
  • Ultrassom transvaginal: Esse exame de imagem ajuda a identificar tumores nos ovários e verificar seu tamanho e localização.
  • Tomografia computadorizada (TC): A TC pode ajudar a determinar a extensão da doença e identificar possíveis metástases.

Se houver suspeita de câncer, uma biópsia pode ser realizada para confirmar o diagnóstico. O tratamento depende do estágio da doença e pode incluir cirurgia, quimioterapia e, em alguns casos, radioterapia. Em estágios iniciais, a cirurgia pode remover o tumor e, em casos avançados, uma combinação de tratamentos pode ser recomendada para controlar a doença.

Entender os sintomas de câncer no ovário é crucial para aumentar as chances de detecção precoce e tratamento eficaz. Embora os sintomas sejam sutis no início, o reconhecimento de sinais persistentes e incomuns pode ajudar a salvar vidas. 

Mulheres com histórico familiar de câncer, em especial, devem estar mais atentas e realizar check-ups regulares. Além disso, é fundamental conversar com um médico caso algum dos sintomas mencionados persista, garantindo um diagnóstico precoce e melhor chance de tratamento.

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