Pesquisas mostram crescente interesse em não-monogamia
A ideia de abrir um relacionamento amoroso vem ganhando espaço nas discussões sobre dinâmicas afetivas contemporâneas. Os números não mentem: as buscas sobre relacionamento aberto cresceram 70% no Google apenas no último ano. O que antes era considerado tabu, agora se apresenta como alternativa concreta para casais em busca de novas configurações de intimidade.
O cenário internacional corrobora a mudança. Nos Estados Unidos, 25% dos entrevistados em um levantamento do YouGov declararam “estar dispostos” a enveredar por essa trilha, enquanto no Reino Unido, o percentual sobe para 31%, conforme pesquisa do aplicativo OkCupid.
Uma das formas de casais começarem a explorar novos horizontes e quebrar tabus no relacionamento é utilizando sex toys, como capa peniana e vibradores, que são acessórios que estimulam a comunicação sobre desejos e fantasias.
Para muitos, a ideia de abrir o relacionamento surge não como escape ou solução mágica, mas como possibilidade de expansão afetiva e sexual para além dos moldes convencionais. Tal movimento, no entanto, não se faz sem extenso diálogo e sintonia de expectativas.
O que configura um relacionamento aberto?
O relacionamento aberto é um arranjo afetivo no qual os parceiros concordam mutuamente em não seguir o modelo monogâmico tradicional. “Isso significa que ambos têm liberdade para se relacionar com outras pessoas, seja de forma emocional, sexual ou ambas, sem que isso comprometa o vínculo principal”, estende a plataforma Astrolink.
Diferente do poliamor, no qual se estabelecem múltiplos relacionamentos simultâneos de caráter sério, os relacionamentos abertos são associados a pessoas que têm um parceiro principal, mas podem ter outros relacionamentos mais casuais.
Sinais de que o relacionamento aberto pode ser uma opção
Nos relacionamentos contemporâneos, um número crescente de parceiros explora conexões emocionais e físicas que se afastam da monogamia tradicional. Essa abertura para novas experiências se estende à intimidade física; por exemplo, depois de adotar o plug anal e outros produtos disponíveis em sex shops, o casal pode começar a abordar temas mais diferentes para romper os tabus sobre a sexualidade.
Em entrevista à imprensa, a psicóloga Liliana Seger alerta que a decisão de abrir a relação deve ser avaliada e desejada por ambos. Segundo ela, não raro a abertura resulta de pressão unilateral, levando o parceiro a consentir apenas para preservar a relação.
Regras para evitar conflitos
A plataforma Astrolink apresenta cinco princípios fundamentais para o funcionamento saudável de um relacionamento aberto. O diálogo transparente aparece como base essencial, já que os parceiros precisam compartilhar sentimentos, inseguranças e expectativas sem receio de julgamento. Junto a isso, é preciso uma definição clara de fronteiras – cada casal deve estabelecer o que considera aceitável, desde a natureza do envolvimento com terceiros até com que frequência esses encontros podem ocorrer.
Quanto às experiências externas ao relacionamento principal, é recomendável decidir o nível de informação compartilhada entre o casal: alguns preferem total transparência sobre os acontecimentos, enquanto outros optam por manter certo grau de privacidade. A proteção à saúde, por sua vez, não é negociável. O uso consistente de métodos preventivos e exames periódicos é uma determinação importante em arranjos não-monogâmicos.
Por fim, à medida que o relacionamento se transforma, uma reavaliação dos acordos iniciais pode ser necessária. Certas regras podem perder o sentido com o tempo, demandando ajustes conforme a dinâmica do casal evolui e novas situações surgem.