Os cuidados com a saúde da mulher incluem a atenção aos sinais de câncer que acometem as mamas e o sistema reprodutivo. Como o desenvolvimento das doenças pode ser silencioso, a orientação das autoridades de saúde é realizar o acompanhamento médico regular para assegurar o diagnóstico precoce, o que aumenta as chances de cura.
Os tumores no câncer de mama representam o segundo tipo mais comum da doença no país, com um registro de 66 mil novos casos por ano, ficando atrás apenas do câncer de pele. As regiões Sul e Sudeste são as que apresentam maior incidência da doença, conforme as informações do Instituto Nacional do Câncer (Inca).
Já os tumores ginecológicos atingem cerca de 30 mil brasileiras anualmente. Entre eles estão os que causam cânceres de colo uterino, ovário, tubas uterinas e vagina. A detecção pode ser feita por meio de avaliação clínica e exames solicitados pelo médico especialista em ginecologia durante a consulta periódica anual, mas a orientação é para que qualquer alteração observada no organismo não seja negligenciada.
Os sintomas de câncer no útero, por exemplo, incluem dor pélvica insistente, fora do período menstrual, e nas regiões da lombar e estômago. Além disso, a paciente pode apresentar inchaço abdominal, alterações intestinais, perda acentuada de peso, febre persistente, fadiga e anormalidades na vulva e vagina.
De acordo com o Ministério da Saúde, ter hábitos saudáveis ajuda na prevenção ao câncer. Manter uma alimentação equilibrada, realizar a prática de exercícios físicos de forma regular, controlar o sobrepeso e não fumar contribuem para uma boa saúde, mas não excluem a possibilidade do surgimento da doença.
Por isso, a recomendação é que a mulher esteja sempre atenta ao próprio corpo para reconhecer alterações e mantenha a rotina de acompanhamento com o ginecologista, já que alguns tumores se desenvolvem de forma silenciosa.
Câncer de mama: prevenção, sintomas e tratamento
De acordo com as informações do Inca, entre os sintomas mais comuns do câncer de mama estão: aparecimento de nódulos nos seios ou axilas; edema cutâneo, que se assemelha à casca de laranja; retração da pele; dor; inversão do mamilo; e hiperemia. Também pode haver secreção, descamação ou úlceras nos mamilos, O diagnóstico se ancora em um tripé composto por exames clínicos, de imagem e histopatológicos.
No Brasil, o Ministério da Saúde preconiza que todas as mulheres entre 50 e 69 anos devem fazer o exame de mamografia a cada dois anos ou segundo recomendação médica, para avaliar eventuais alterações nas mamas.
De acordo com os dados da Agência Internacional de Pesquisa em Câncer (IARC), o tumor de mama é a causa mais frequente de morte por câncer nas mulheres, além de ser o mais incidente no mundo.
A doença é causada pela multiplicação desordenada de células na região e tem potencial de se expandir para outros órgãos. Há vários tipos de tumores no câncer de mama, alguns com crescimento acelerado e outros mais lentos. Na maior parte dos casos, quando diagnosticado precocemente, apresenta bom prognóstico e resultados estéticos satisfatórios após o tratamento.
De acordo com as informações do IARC, o carcinoma ductal infiltrante é o tipo mais comum de anormalidade associada a esse câncer, compreendendo mais de 80% do total de casos. Nessa tipologia, as células cancerígenas transpassam os ductos de leite, chegando ao tecido adiposo da mama.
Para remover os tumores, em muitos casos, é necessário a realização da mastectomia radical ou a lumpectomia. Os procedimentos envolvem a retirada total ou parcial da mama, ou apenas dos nódulos comprometidos. Dependendo do estágio da doença, além da cirurgia, pode ser recomendado também o uso de radioterapia, quimioterapia e terapia hormonal.
Câncer de colo uterino: IARC estima 570 mil casos por ano
Segundo dados da IARC, o câncer de colo uterino é o quarto tipo mais comum entre as mulheres, com uma média de 570 mil novos casos por ano, em todo o mundo. Os dados de 2020 apontam que a doença é a quarta causa de morte por câncer em mulheres, sendo responsável por 311 mil óbitos por ano no planeta.
No Brasil, o câncer de colo uterino é o terceiro tipo mais comum entre mulheres e tem a quarta maior taxa de mortalidade, conforme o Inca. Por ano são esperados mais de 17 mil novos casos da doença. Somente em 2020, ocorreram 6.627 óbitos em decorrência desta neoplasia.
A doença se caracteriza pela replicação desordenada das células do epitélio que reveste o órgão. Como os tumores nesta região se diferem, dependendo da região em que o câncer se originou, os tratamentos são diferentes, de acordo com o tamanho ou órgãos atingidos.
Os tipos mais comuns são o adenocarcinoma e o carcinoma de células escamosas, que acometem o epitélio escamoso. Este representa 90% dos casos. Já o adenocarcinoma, é menos incidente e acomete o epitélio glandular.
Ambos os tipos são causados por infecções recorrentes pelo Papiloma Vírus Humano (HPV) que, gradualmente, levam as células do colo do útero a sofrerem alterações anormais. O exame preventivo, conhecido como Papanicolau, é de extrema importância para a saúde da mulher, já que ele detecta as alterações epiteliais e lesões pré-cancerígenas causadas pelo vírus.
De acordo com o Ministério da Saúde, o câncer de colo do útero é uma doença que possui desenvolvimento lento, podendo ser detectada em fases iniciais, quando ainda não apresenta sintomas. Com a evolução do quadro, as mulheres podem apresentar secreção vaginal anormal, sangramentos vaginais contínuos, além de dor abdominal associada a queixas intestinais e urinárias.